16 de março de 2010

Auto biografia de crise


Meu problema com o mundo é que acredita-se em uma menina que não existe. Nem mesmo eu sei o que em mim é meu.

Tenho tantas características frágeis para não serem humanas e caricaturadas para não serem de alguém inventado, que é difícil compreender.

Em casa sou frágil, inconstante, despreparada. Na rua asilo inviolável, mimada e por fim decepcionante. Para os que já me ouviram discursar, uma jovem sonhadora, forte, inabalável, surpreendente de uma forma quase assustadora e madura demais para poucos anos.

Sublinho uma atriz, poeta, comentarista. Sim comentarista. De futebol, política, disso, daquilo... Tenho um humor ácido. Um mau humor constante. E um cérebro tórrido.

Ao contrário do que se espera, tive que aprender a chorar, a sentir. Tive que aprender a falar de pessoas e não de desafetos. De experiências e não de restos.

Não dá para me olhar sem apontar os defeitos, eu entendo. Nem para me escutar sem sentir um breve preconceito, compreendo. Mas há tanto em mim que é difícil acreditar. E tão pouco que é natural se decepcionar.


15 de março de 2010

A "gravidez" do problema


A capital federal está gestante de nascituro cujo pai é a corrupção.

Após a ecografia de ótima qualidade, pudemos tomar conhecimento do quanto estamos envolvidos neste “caso amoroso”.

Não há ainda como saber o sexo desse problema. Se será uma bela guinada e sacudida na democracia. Ou mais uma demonstração da ineficiência do julgo popular.

São muitos os efeitos colaterais da gravidez. Náuseas (em filas de hospitais envergonhantes), agressividade (no trânsito de via em obras infindáveis), que contrastam com muito pesar e sentimentalismos (afinal, há pobres larápios encarcerados).

A nossa independência e democracia, após parto de alto risco, encontra-se na UTI. Alguns acreditam que o melhor tratamento é uma intervenção. Para outros é que nada se faça e permaneça-se com este “menino” defeituoso, o que nos libera da culpa por gerar outros “meninos” defeituosos.

Sugiro uma nova técnica cirúrgica que está sob o julgo de especialistas temerosos, afinal o próximo atingido pode ser o próprio. Trata-se de deixar estéreis os pais de mau-caratismos.

Acredito que ainda não se entendeu a “gravidez” do problema.

Que sugere?

Se ainda não tem uma opinião, saiba que perdão é divino e necessário. Mas apatia, ignorância e fraqueza.


É esse...


O que torna uma pessoa virtuosa nem sempre é a quantidade de pequenas qualidades que possui. Sim aquela qualidade tão forte que exala e deixa marcas onde passar.

O que nos leva ao céu não são as inúmeras coisas boas que fazemos e espalhamos aos quatro ventos. É aquele bem que se faz em silêncio, sem esperar nada em troca.

E o amor verdadeiro não é o eterno enquanto dure, nem o que dura muito até um dos que ama morrer. É aquele que nasce tranqüilo e inevitável. Cresce surpreendentemente. E dura até o fim.


E o fim não é a morte ou cansaço do corpo, é mais que a paixão e menos que a amizade.



13 de março de 2010

Trocas


Vi a chuva cair
Tropecei na tua bela figura
Rasguei as cartas do passado
Para talvez refugiar a amargura

Muitas vezes dormi na escada
Outras no meio da rua
Já corte os pulsos
Já neguei que fosse sua

Corri sem rumo pela cidade
Já fiz algumas amizades
Troquei sandálias po tênis
E mentiras por verdades

Despedi as mágoas do meu peito
Deixei de lado meus trejeitos
Aceitei minhas imperfeições
Descobri que o amor não é perfeito


4 de março de 2010

Cenário, cena e holofotes


          Política e amor, assuntos que todos julgam conhecer. Que apresentam traços característicos. Transformam brutos em homens bons e idealistas. Inconstantes. Existiu a ditadura Militar e a de Fidel, semelhantes e completamente diferentes. Existiu o primeiro amor, há o amor maduro; não iguais, mas amores.

          A visão política depende do cenário em que se dá e se discute. Costuma-se votar ou defender, não pelo texto, mas pela cena que se faz deste. O que é dito não é importante. Os bastidores menos ainda.

          O que se discute hoje sobre política? O que está sob os holofotes. Este pode-se traduzir por imprensa, talvez... E o resto? Ou estão no escuro do palco esperando para que sejam iluminados, ou se Deus permitir que não. Ou mesmo da coxia de onde nunca sairão para entrar em cena, ser analisados.

          Política é um assunto inesgotável, é inevitável. E também muito traiçoeira. Você votou no Arruda? Está se sentindo enganado? Acontece.