Meu problema com o mundo é que acredita-se em uma menina que não existe. Nem mesmo eu sei o que em mim é meu.
Tenho tantas características frágeis para não serem humanas e caricaturadas para não serem de alguém inventado, que é difícil compreender.
Em casa sou frágil, inconstante, despreparada. Na rua asilo inviolável, mimada e por fim decepcionante. Para os que já me ouviram discursar, uma jovem sonhadora, forte, inabalável, surpreendente de uma forma quase assustadora e madura demais para poucos anos.
Sublinho uma atriz, poeta, comentarista. Sim comentarista. De futebol, política, disso, daquilo... Tenho um humor ácido. Um mau humor constante. E um cérebro tórrido.
Ao contrário do que se espera, tive que aprender a chorar, a sentir. Tive que aprender a falar de pessoas e não de desafetos. De experiências e não de restos.
Não dá para me olhar sem apontar os defeitos, eu entendo. Nem para me escutar sem sentir um breve preconceito, compreendo. Mas há tanto em mim que é difícil acreditar. E tão pouco que é natural se decepcionar.