20 de janeiro de 2017

Maridos são como as sobremesas



Há pouco assisti a um vídeo onde a cantora Cher fala em uma entrevista sobre o porquê de acreditar que os homens são como uma sobremesa. Ela declara que, assim como as sobremesas, ela gosta de homens, mas que eles não são necessários. Cher conta que quando sua mãe falou que ela precisava se concentrar em arrumar um marido rico, a resposta foi: Eu sou o meu marido rico.

Sou a mais nova de quatro filhas mulheres. Venho de família tradicional, aliás, tradicionalíssima. Não que tenhamos nome nobre, mas sim costumes de “antigamente”. Também carrego em minha história o fato de ser filha de um pai analfabeto e mãe com pouca escolaridade. Meu pai, o “provedor” do lar, explicarei as aspas mais adiante, e minha mãe uma exímia dona de casa.

Fui a primeira da família a ingressar no ensino superior graças a uma bolsa integral em faculdade particular. Enquanto isso, como na época minhas irmãs não tiveram as mesmas oportunidades, precisaram fazer o caminho inverso e primeiro trabalhar para então poder pagar a própria faculdade. Não posso dizer que foi difícil estudar, pois apesar de não ter ajuda nas tarefas meus pais nunca dificultaram minha ida à escola.

Para além disso, minha mãe sempre foi uma facilitadora em minha vida. Agora posso explicar as aspas. Enquanto eu estudava, ela se desdobrava em atividades lucrativas para garantir mais que o pão que meu pai trazia para casa. Ela me comprava sonhos. Nos simples materiais escolares, roupas, tênis, me preparava para a tarefa mais importante da vida, ESTUDAR.

Ela e eu mesma já fomos muito criticadas, pois eu estudava e ela fazia a comida, limpava a casa, arrumava minhas roupas. Por não saber preparar um arroz provavelmente nunca arrumaria um marido, me diziam.

Minha mãe não era nenhuma ativista dos direitos femininos. Não me lembro de nunca ter me falado algo de mal sobre o casamento. Mas sobre estudar para ser alguém na vida, ah, isso ouvi várias vezes. Não sei de onde tirou isso, pois essa não era uma realidade próxima para nós mulheres da família. Mas ela sabia do que falava.

Hoje, sou casada. Me casei pouco depois de concluir a faculdade. Deus foi bondoso comigo ao escolher meu marido, mas antes de conhecê-lo nem pensava em me casar. Fui preparada para ser meu marido rico. E acreditem, isso foi grandioso para meu casamento.

Não estou dizendo que todas as mulheres têm que fazer faculdade ou ter um trabalho fora de casa. Pelo contrário. Estou falando que essa escolha é nossa. Maridos precisam, sim, ser como sobremesas: trazer doçura para nossas vidas. Eles precisam ser nosso consolo nos momentos mais tristes e, também, ser nossos companheiros de grandes comemorações. Afinal, se doce não fosse bom não seria servido nas melhores celebrações da vida. Ter marido não deve ser uma necessidade, o necessário mesmo é ser feliz.


24 de abril de 2016

Viver o luto de quem não veio



Eu e Isaac temos quase três anos de casados. Nos unimos no dia 29 de junho de 2013. Nos casamos com apenas 22 anos, algo que para alguns sempre foi muito precipitado. Por uma decisão tomada com muita consciência e juntos decidimos passar a utilizar o método Billings para espaçar os filhos no final do ano de 2015. O método que alguns até hoje chamam de tabelinha e também acham que é loucura funciona muito bem, viu? Contanto que você siga as regras básicas, logicamente!


Eu e Isaac acabamos não seguindo essas “regras básicas” e já podem imaginar o que aconteceu, né? Engravidamos. Foi no final de janeiro e não foi planejado. Não descobrimos de imediato, mas, assim que nos encontramos com um casal que temos como orientadores nossos, eles nos alertaram sobre a possibilidade. Os testes só comprovaram as suspeitas. Fiquei assustadíssima, mas depois é claro que a alegria tomou conta de mim. Isaac, desde que soube, já ficou radiante.


No dia 10 de março, meu aniversário, fizemos a primeira ecografia. Já estava com sete semanas e alguns dias. Ouvimos o coração do nosso bebê pela primeira e única vez. Ganhei as primeiras meinhas dele e o primeiro body. Estava acostumadíssima com a ideia e feliz. De uma maneira que não dá para explicar.


No dia 23 de março, no trabalho, fui ao banheiro no final do dia para poder ir embora. Observei que estava com um sangramento de alguma importância. Saí do banheiro, não falei nada a ninguém. Saí da sala e liguei para meu marido. Tentei ser sóbria, demonstrar pouca preocupação, mas por dentro meu coração palpitava.


Em pouco tempo Isaac estava à porta do prédio me esperando. Entrei no carro e não aguentei. Comecei a chorar. Chegando ao hospital esperei por algum tempo para ser atendida. Mesmo explicando a situação, não houve tratamento especial. Acho que já sabiam, mas não importava que eu e Isaac não soubéssemos. Fui atendida, o médico me fez inúmeras perguntas, começou a falar sobre como era normal sofrer aborto nos primeiros meses e pediu que fizesse alguns exames.


Fomos ao laboratório e fizemos os exames. O resultado demorou tanto que pensamos ou tentamos nos convencer de que não seria nada. O médico olhou os exames, disse que parecia estar tudo normal já que não sentia dores e o hormônio próprio da gravidez estava em níveis bons. Ele me mandou ir para casa e voltar no outro dia para refazer os exames.


Na quinta-feira cedo estávamos lá no hospital novamente. Fizemos o que nos foi recomendado. A médica, que não era ginecologista, viu os resultados e como quem já sabe o que aconteceu falou que aguardássemos que ia falar com a ginecologista de plantão. Plantão, pois em Brasília parece que tudo para mesmo dias antes do feriado, que no caso só seria na sexta.


Ela voltou. Nos falou sobre como era comum abortar nos primeiros meses, mas que precisava fazer uma ecografia já que não havia sangrado mais. Fui fazer o exame. Chegando lá o radiologista não podia me atender, pois tinha pacientes agendados esperando e se me atendesse não conseguiria sair ao meio-dia e curtir seu feriado antecipado. A médica precisou procurar alguém para me fazer o exame. Encontrou uma boa alma. Ou deveria dizer um profissional sem horário para ir embora.


Me deitei e o exame começou. No rosto do Isaac via uma grande apreensão. O radiologista perguntou:


– A primeira gravidez?


Eu já não tinha voz por mais que tentasse. Isaac respondeu:


-Sim.


Seguiram mais perguntas até a crucial:


– Na última ecografia ouviram o coração?


Isaac respondeu já abandonando seu lugar inicial:


– Sim, por quê?


O radiologista respondeu sem cerimônia:


– Não tem mais atividade cardíaca.


Nunca mais esquecerei a expressão do Isaac. Saímos da sala sérios, mas sem acreditar. Sentei na sala de espera e chorei como uma criança. Depois disso ainda precisávamos passar pela ginecologista, mas ao chegar ao consultório ela não estava lá. Já era meio-dia e pouco e ela não podia nos aguardar. Afinal, era véspera de feriado.


Voltamos à primeira médica para receber orientações depois que Isaac teve um acesso de desespero. Chegando lá tinham mais duas médicas na sala. Nos sentamos e a moça começou a falar sem mandar as outras saírem, já que pelo menos para nós era um momento difícil. As duas ficaram lá e chamaram mais um colega. Enquanto ouvíamos mais um vez a história do quanto é normal abortar nos primeiros meses e Isaac questionava o resultado do exame como quem não queria acreditar. As médicas mexiam no celular, conversavam, riam e falavam de outro colega de trabalho. Nunca mais esquecerei aqueles rostos. Todos imunes à nossa dor.


O que mais ouvi foi que era totalmente normal, que teria outros filhos. Para mim Deus cria cada criatura com uma alma própria. Por mais que venham outros filhos, aquele que perdi nunca será substituído.


Além do momento, da dor, da falta de aceitação, ainda me causava mais estranhamento o fato de não lembrar de mulheres me contando que perderam seus filhos. Dias mais tarde quando os amigos e conhecidos começaram a saber da notícia ouvi inúmeros relatos de mulheres que perderam seu primeiro filho.


Jornalistas, como eu, advogadas, professoras, donas de casa. Todo tipo de mulher, com todo tipo de trabalho e situações. Como não conhecia essas histórias tão próximas?


As mulheres não falam sobre isso. Talvez porque não querem reviver a dor ou por acreditar que a banalidade com que alguns profissionais tratam isso seja realmente o normal. Que realmente seja banal. Não é. Se soubesse que isso acontecia com tantas mulheres sei que minha dor não seria menor, mas não teria me culpado tanto. Me fiz tantas perguntas, me culpei por cada estresse, cada peso que carreguei mesmo por segundos, por cada trabalho que fiz.


Hoje já entendi apesar de ainda estar extremamente triste. Cada vez que vou tomar banho choro muito porque depois de tudo ainda sangramos por dias até que o corpo esteja totalmente limpo. E também tenho medo. Medo de engravidar de novo. De voltar ao trabalho. De ter que responder perguntas. Mas vou superar tudo. Vou ter outros filhos. E por mais que alguns achem incômodo, que achem que estou exagerando afinal só eram dois meses, vou contar essa história para que algumas poucas mulheres saibam que essa realidade existe. E entendam que merecem ser bem tratadas, de modo mais humanizado, seja num hospital público ou particular.




14 de outubro de 2014

Bateu a tristeza



     Sinto falta do tempo que era criança, mas não sinto falta só das brincadeiras. Sinto falta de poder sonhar sem esbarrar na triste realidade. De ainda ter os ideais que perdi na dureza do caminho. De dormir tranquila sem me preocupar com problemas corriqueiros. De não ter que pesar medidas. De só ter que escolher entre o bem e o mal, sem mas, sem se. De tomar atitudes pensando apenas em mim. De ser um pouco egoísta e não ver os que sofrem. Não me afligir com o futuro dos meus filhos.

    Esta preocupação, essa guerra diária, essa indecisão estão me matando. Era mais fácil quando não sabia de nada. Agora que conheci o mundo, que conheci a verdade sou cobrada e pago caro por isso.

    Queria poder reclamar sem parecer ingrata. Rir sem parecer deboche. Opinar sem ser julgada. Escolher sem pesar as consequências. Brincar? Isso é o de menos. De mais mesmo é essa falta de tempo e ao mesmo tempo esse tempo que passa devagar e me mata aos poucos.

    Queria saber quem sou. Sei de tudo, mas não sei de nada. Sei de amanhã, mas não tenho certeza nem do hoje. Estou perdida. Triste na minha alegria. Estou cansada.


3 de outubro de 2013

Ser feliz




Desde o dia que me decidi por dividir todos os dias de minha vida com você já tinha em minha cabeça e meu coração que não mediria esforços para ser feliz e te fazer feliz. Nem que para isso, ás vezes, fosse necessário engolir o choro e o orgulho. Fechar os olhos para seus defeitos, esconder os meus para não te encher, fazer coisas que não gosto para te acompanhar.

Mas fui surpreendida com uma felicidade muito maior. Nem precisei me esforçar. Comecei a ser feliz puro e simplesmente por ter você. Sua bagunça nem me incomoda mais. Gosto de cozinhar e ver você se deliciar com aquela carinha de surpresa.

Mesmo quando meu trabalho é duro, enfadonho, quando tenho vontade de fugir. Quando chego em casa, na nossa casa, meu coração se acalma, meu sorriso vai surgindo no canto dos lábios. Se eu gosto de cinema? Aprendi a gostar com você. Aprendi a gostar de abraçar. De beijar. De demonstrar amor. Estou gostando até de lavar roupa. É tão bom quando vamos pendurá-las e nossas mãos se encontram na sacola dos pregadores.

Gosto de adormecer no sofá enquanto te espero chegar para falar dos meus problemas, minhas dúvidas, meus sonhos. Gosto quando me promete o mundo mesmo que não possa me dar só pra me ver feliz. Gosto de quando vamos dormir e perdemos o sono contando piadinhas sem graça e falando sobre a vida.

Tudo do seu lado ficou mais colorido. Tudo isso deve ser porque eu te amo. Porque você me dá muito mais que sua companhia. Me dá seu amor, sua atenção, sua paciência, seus conselhos, seu carinho, sua preocupação, seu tempo, sua inocência... (suspiros) Nem sei como expressar o que sinto por você. O que você representa em minha vida. Minhas palavras nunca serão suficientes.


14 de setembro de 2013

Sinto medo



Eu devo admitir que pela primeira vez estou com medo. Já estive decepcionada, descrente, chateada, duvidosa, mas agora o sentimento que me toma é um pouco maior. Quase de impotência. Tudo que me segura agora são as bases fortes que construí pelo caminho, mas admito que até mesmo isto me amedronta. A sensação é de que um passo em falso pode até mesmo abalar essas bases.

É tão difícil escolher um caminho. No entanto, mais difícil é se encontrar no ponto onde seu desejo é continuar, mas os pés não sabem para onde seguir. Queria ter um sonho revelador que me mostrasse por onde seguir. Não queria errar. A cada erro tanto se perde. Queria ter novos sonhos, novas metas. Porque hoje estou aqui, na inércia de minhas dúvidas.

8 de agosto de 2013

Chega de levantar paredes



        Sabe aquela vontade louca de ser desafiada? Estou sentindo isso. Mas não quero qualquer desafio. Não quero desafio de dor. Nem desafio cotidiano, porque senão fica sendo rotina. Não quero desafios que não quero cumprir. Desafio bom mesmo é quando você é desafiada a inovar, ser melhor no que faz.

         Em minha opinião eu não preciso melhorar meu jeito de levantar parede se eu não quero isso para minha vida. Para mim, não é aventura, nem estimulante acordar cedo, andar e pegar um ônibus para mesma coisinha de todo dia. Fazer todo esse esforço cotidiano sabendo que quando eu chegar vou fazer a mesma mediocridade de todo dia e ser desafiada a levantar parede.

         Não quero levantar parede. Será que dá para entender?

      Bom, preciso de mais força de vontade, mais “amor”, mais espírito de aventura. Preciso de mais coragem, mais sonhos, mais metas. Mas não serei injusta comigo, porque também preciso de mais oportunidade e mais desafios de verdade. Mas volto a dizer não quero mais sofrer, nem ser medíocre. Ah é! Também não quero mais levantar paredes.

         Pareço louca com esta história de paredes, mas quem me conhece entenderá.


1 de agosto de 2013

Me atormenta



          Como pode na vida haver espaço para momentos tão sublimes e tão angustiantes ao mesmo tempo? Você olha para sua vida de um ângulo do qual só tem vontade de rir, relembrar e viver. Enquanto isso do outro lado, está lá, aquela realidade que vai te fazer duvidar da felicidade, chorar, se culpar.

          Se é justo ou não quem há de saber? Quem há de julgar a vontade de Deus? Bem dizer, que tudo está sob o julgo de Deus, mas tem decisões que somos nós que tomamos. As consequências são o preço a se pagar.

          Mas porque Deus não nos permite apenas fazer as boas escolhas, as escolhas certas? Peraí. Acho que esta falatória esta tomando o rumo errado. Estamos aqui para culpar Deus pelo que vivemos ou para refletir sobre nossas vidas? E aquele negócio de livre arbítrio? Ah! O livre arbítrio...

          Para! Vamos começar tudo de novo. Estou aqui, pois estou vivendo um momento dúbio como o que citei logo no início. As coisas boas aconteceram por minhas decisões. E as ruins por decisões minhas. Mas infelizmente não dá pra viver tudo, apertar a tecla voltar e refazer tudo como deveria ter sido feito.

          Só que mesmo assim queria saber como mudar a partir de agora, já que não posso voltar atrás, para mudar o que saiu errado.

          Você não deve estar entendendo nada, mas para entender teria que te contar com detalhes. Até os sórdidos. É melhor não.

Dia mágico



          Ai gente pode parecer loucura, mas já estou sentindo falta da vida de preparativos de casamento. Estava aqui me lembrando do quão feliz e inesquecível foi este dia. Além do amor, da amizade, do carinho e alegria, nosso casamento também nos deu mais uma demonstração de que ás vezes as coisas não saem como planejamos, mas que Deus sempre esta preparando algo bem especial para nós.

          Toda essa correria serviu para vermos que mais que irmãos de sangue, temos amigos e companheiros para todas as horas. Que mais que tios, primos e amigos, temos anjos que não medem esforços para nos ver felizes.

          Tenho que agradecer em especial as minhas irmãs, Pathy, Girlene e Vanda , a minha mãe e minha sobrinha Bárbara (a mais animada de todas) pela paciência, companheirismo e amor que tiveram comigo. Principalmente nas horas que eu fraquejei e só sabia chorar.


          Também devo agradecimentos todos especiais a nossos padrinhos Vanda e Salvador, Luciana e Guilherme, Elba e Jucie , Tatiana e Egilênio, Renata e Rildo e Thamis e Diogo, vocês são dádivas de Deus. Pessoas inexplicáveis nessa caminhada rumo ao altar. Luciana e Guilherme seus conselhos foram preciosos.


Agradeço também a meus jornalistas amigos Arisson e Sheila Souza que nos ajudaram com seu talento para que tudo corresse bem. A nossos amigos Pablynne , Cleidsson e Jhonathan que não impuseram obstáculos para cantar nossa felicidade. O que nossa alma sentia. A nosso amigo Wandeilson e Thamires pela disposição e carinho em registrar nossa felicidade.


          Obrigada a meus padrinhos e avó que vieram do Piauí para participar desse momento tão especial. E por último, mas não menos importante, obrigada amigos maravilhosos, primos, tios, sobrinhos, cunhadas, cunhados, amigos de trabalho, de igreja, de vida, de profissão, mestres, a todos por ter sido parte do dia mais feliz da minha vida.


          Resumindo, devemos tudo o que aconteceu, toda a alegria que nos tomou a Deus. Ele colocou as pessoas certas em nosso caminho. E vocês estavam lá, não para ser pedra, mas para ser ponte para nossa felicidade. Obrigada!

26 de dezembro de 2012

Contagem regressiva



Nossa vida é uma eterna contagem regressiva. Contagem para momentos inesquecíveis e únicos. Coisas bobas para quem já passou por estes momentos, mas instigadoras para os menos experientes.

Já contei os segundos para inúmeras coisas. E esses segundos são ainda mais avassaladores para ansiosos assumidos como eu. Sou daquelas que conto as horas para um encontro gostoso com as amigas, para uma aula boa, para datas especiais. Gosto de esperar até mesmo o momento em que vou me decidir por novos sonhos e objetivos. Conto os dias do mês para receber meu salário, nem que seja só para pagar as contas. Gosto desse sentimento de esperar, de ter planos e de ver as coisas acontecerem.

Minha mais nova contagem regressiva é para um ciclo essencial. Divino. Bíblico. Não é como o fim da escola, da faculdade, ou a espera pelo primeiro emprego. Esta espera é linda, angustiante, dá medo, faz rir sem saber de que, faz se desapegar de algumas lembranças e também reviver o passado.

Sou meio bipolar e esse sentimento está deixando meus nervos em frangalhos. Está difícil controlar aquela ansiedade gostosa que dá borboletas no estômago. Nossa, será que vai ser tudo como imagino? Será que vai ser melhor ou pior? Será que vou chorar ou vou ficar com um sorriso estampado no rosto sem conseguir disfarçar? Espero que sorria para não estragar a maquiagem.

E minha casa como será? Serei uma boa esposa? As respostas vêm com o tempo. Eu as estou aguardando na minha eterna contagem regressiva.

7 de dezembro de 2012

Toque de transformação




Hoje, só por hoje, queria ter o poder de mudar minha vida com um toque. Esquecer as coisas ruins, as dificuldades e deixar só as coisas boas. Tomar decisões sem razão, deixar de engolir sapos, não me preocupar com o amanhã.

É certo que as dificuldades edificam o caráter e os limites nos fazem pensar mais no outro e assumir as responsabilidades, mas queria uma folga dessa vida de “adulto”.

Não sonho com uma utopia, uma vida perfeitinha e nem com sonhos dourados caindo do céu, mas queria só por hoje amar do meu jeito, falar o que penso, dar presentes para todos que amo sem pensar na fatura do cartão de crédito, pensar em projetos e realiza-los sem dor, dormir sem um celular para me acordar e ser linda sem me esforçar.

Enlouqueci né? Então deixa eu acordar, tomar um banho no estágio ainda meio acordada, caminhar até o ponto de ônibus, trabalhar da melhor maneira (não importam as circunstâncias), ir para a faculdade... Opa! Essa etapa eu já venci. Obrigada Senhor!

Então vou direto para casa. Bater um papo com minhas irmãs. Encontrar meu noivo falar de casa, casamento e contas para pagar. Sonhar juntos com nosso futuro. Ficar acordada até mais tarde para aproveitar as coisas boas da vida e enfim ir dormir. Na verdade vou ficar mais um pouquinho acordada, aqui na cama mesmo, sonhando com esse toque de transformação.